sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Depoimentos na Extensão Nazaré

A Ecoa, pela primeira vez, realizou em dezembro de 2010 uma oficina do Jornal Mural - Crianças das Águas na Extensão Nazaré. De forma mais precisa, a Escola Municipal Rural Pólo Esperança Extensão Nazaré localiza-se na região do rio Taquarí/Paiaguás, distante de Corumbá em aproximadamente 170 km. Logo que cheguei na escola, recolhi depoimentos de duas pessoas ligadas diretamente à educação e desenvolvimento das crianças daquela região.

Professora Crisley M. Monteiro, 26 anos.
















"Trabalhei na Escola de Porto Esperança na Extensão São Lourenço e no terceiro bimestre fui transferida para a Extensão Nazaré. A realidade entre as paisagens são totalmente diferentes, uma região é turística e pesqueira, onde podemos ver a Serra do Amolar logo à frente. E a outra é uma região típica de cerrado. Somos em três professoras dentro da escola e cada uma fica responsável por algumas séries. A distância é uma das maiores dificuldades que enfrentamos aqui . Somos responsáveis pelos alojados, que são 13 ao total. Todos os dias damos aulas e no fim da tarde servimos o jantar. Todos os sábados as crianças vão para casa e retornam na segunda-feira. Praticamente, somos "pai e mãe" desses alunos e tentamos atender suas necessidades. Uma das maiores conquistas que alcancei, foi conhecer lugares e pessoas maravilhosas. É um privilégio trabalhar em um lugar como este. Espero que as crianças tenham um futuro melhor, que pelo menos uma consiga chegar à universidade e poder transformar sua comunidade."

Soraia da Silva Moraes, 44 anos. Pedagoga e Coordenadora do Programa Escola Ativa Municipal, pela Secretaria de Educação de Corumbá-MS
















" Oferecemos toda a logística em relação a parte pedagógica e materiais escolares aos alunos. As professoras que moram aqui, vão para a cidade e tem todo um preparo com as coordenadoras pedagógicas da Secretaria de Educação. Recebem os subsídios necessários para que retornem as extensões e apliquem as formas de trabalhos propostas. O Programa Escola Ativa Municipal, sendo uma metodologia de como trabalhar com as salas multisseriadas, oferece a estas professoras durante todo ano cinco capacitações, totalizando um curso de 104 horas. As professoras vão à cidade em todo início e fim de bimestre para a capacitação; depois retornam as extensões para desenvolverem os trabalhos para qual foram designadas. Nós , da secretaria de educação, fazemos as visitas nos locais para avaliarmos se os professores estão trabalhando dentro desta metodologia, que acreditamos dar certo. Se elas não estiverem trabalhando da forma que o programa pede, consequentemente não colheremos bons resultados. O que nós queremos é que estes alunos que moram longe, tenham uma forma diferenciada de estudar. Que o professor seja o mediador, de como os alunos devem aprender, partindo da realidade da comunidade e das vivências deles. Nós observamos o que os alunos e os professores realmente sabem e querem transmitir, assim caminhamos todos juntos. Existe uma verdadeira troca de experiências; os professores e nós aprendemos muito com estes alunos."

Thaiany Regina, 18 anos, acadêmica do 5º semestre de Jornalismo da UCDB.